/Mortos e Desaparecidos
ORGANIZAÇÃO:
INICIAL DO NOME:
- JAIME PETIT DA SILVA
- JEAN HENRI RAYA RIBARD
- JEOVÁ ASSIS GOMES
- JOÃO ANTÔNIO SANTOS ABI-EÇAB
- JOÃO BATISTA FRANCO DRUMOND
- JOÃO CARLOS CAVALCANTI REIS
- JOÃO DOMINGUES DA SILVA
- JOÃO LEONARDO DA SILVA ROCHA
- JOÃO MASSENA MELO
- JOAQUIM ALENCAR DE SEIXAS
- JOAQUIM CÂMARA FERREIRA
- JOEL JOSÉ DE CARVALHO
- JOELSON CRISPIM
- JOSÉ CAMPOS BARRETO (ZEQUINHA)
- JOSÉ FERREIRA DE ALMEIDA
- JOSÉ GUIMARÃES
- JOSÉ IDÉZIO BRIANEZI
- JOSÉ JULIO DE ARAÚJO
- JOSÉ LAVECCHIA
- JOSÉ MARIA FERREIRA DE ARAÚJO
- JOSÉ MAXIMINO DE ANDRADE NETTO
- JOSÉ MILTON BARBOSA
- JOSÉ MONTENEGRO DE LIMA
- JOSÉ ROBERTO ARANTES DE ALMEIDA
- JOSÉ ROMAN
- JOSÉ WILSON LESSA SABBAG
- JUAN ANTONIO CARRASCO FORRASTAL
JOÃO CARLOS CAVALCANTI REIS
OCORRÊNCIAmorto em 30 de outubro de 1972
Arquivos
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001 - Arquivo CEMDP João Carlos Cavalcanti Reis
Informações: Dossiê encaminhado à CEMDP por Raimunda Paternostro Reis de Oliveira, Alberto Jorge Paternostro Reis, José Trajano Paternostro Reis e Regina Paternostro Reis, irmãos e irmãs de João Carlos Cavalcanti Reis. Constam: requerimento, certidão de nascimento e óbito, dentre outros. Lei 9.140.
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002 - Arquivo CEMDP João Carlos Cavalcanti Reis Carta aos pais
Informações: Carta de João Carlos Cavalcanti Reis endereçada aos pais. s/d
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003 - Arquivo CEMDP João Carlos Cavalcanti Reis Requerimento Adicional
Informações: Aditamento ao requerimento inicial na CEMDP, referente a João Carlos Cavalcanti Reis.
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004 - Termo de declarações José Trajano João Carlos Cavalcanti Reis
Informações: Declaração de José Trajano Paternostro Reis, irmão de João Carlos Cavalcanti Reis, à CEMDP, em 13 de março de 1996.
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005 - Requisição Exame Necroscópico João Carlos Cavalcanti Reis
Informações: Requisição de exame necroscópico, referente a João Carlos Cavalcanti Reis. Consta a Letra “T”, indicando um suposto terrorista. Emitido em 30/10/1972.
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006 - Foto morto 2 João Carlos Cavalcanti Reis
Informações: Foto de João Carlos Cavalcanti Reis morto. IML-SP.
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006 - Foto morto João Carlos Cavalcanti Reis
Informações: Foto de João Carlos Cavalcanti Reis morto. IML-SP
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007 - Ficha DOPS João Carlos Cavalcanti Reis
Informações: Ficha DOPS-SP, referente a João Carlos Cavalcanti Reis. Constam informações até 1978.
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009 - Arquivo CEMDP Imprensa João Carlos Cavalcanti Reis
Informações: Reportagens sobre João Carlos Cavalvanti Reis à época da morte. Revista Veja 08/11/1972; Diário da Noite 02/11/1972; Jornal da Tarde 03/11/1972; Folha da Tarde 02/11/1972; O Estado de São Paulo 02/11/1972.
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013 - Sindicância DOPS 1 João Carlos Cavalcanti Reis
Informações: Relatório de sindicância número 25/72, relacionada ao inquérito 9/72, do DOPS/SP. Os citados são: Antonio Benetazzo; João Carlos Cavalcanti Reis e Silvia Peroba. Documento assinado por Edson Magnotti.
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017 - Vala Perus João Carlos Cavalcanti Reis
Informações: Relatório Vala Clandestina de Perus. Desaparecidos Políticos um capítulo não encerrado da História Brasileira / [edição de texto Instituto Macuco]. — São Paulo: Ed. do Autor, 2012. — (Desaparecidos Políticos um capítulo não encerrado da História Brasileira; v. 1).
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008 - Foto vivo João Carlos Cavalcanti Reis
Informações: Retrato fotográfico de João Carlos Cavalcanti Reis com vida.
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010 - BNM Interrogatório Rubens Carlos Costa 1 João Carlos Cavalcanti Reis
Informações: Auto de Interrogatório Rubens Carlos Costa - parte 1, realizado em 20/02/1973, referente a João Carlos Cavalcanti Reis. DOPS/SP.
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010 - BNM Interrogatório Rubens Carlos Costa 2 João Carlos Cavalcanti Reis
Informações: Auto de Interrogatório Rubens Carlos Costa - parte 2, realizado em 20/02/1973, referente a João Carlos Cavalcanti Reis. DOPS/SP.
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010 - BNM Interrogatório Rubens Carlos Costa 3 João Carlos Cavalcanti Reis
Informações: Auto de Interrogatório Rubens Carlos Costa - parte 3, realizado em 20/02/1973, referente a João Carlos Cavalcanti Reis. DOPS/SP.
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010 - BNM Interrogatório Rubens Carlos Costa 4 João Carlos Cavalcanti Reis
Informações: Auto de Interrogatório Rubens Carlos Costa - parte 4, realizado em 20/02/1973, referente a João Carlos Cavalcanti Reis. DOPS/SP.
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011 - Extinção Punibilidade João Carlos Cavalcanti Reis
Informações: Documento que extingue a punibilidade de João Carlos Cavalcanti Reis. 2º Auditoria Militar da 2º Circunscrição, s/d.
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012 - BNM Requisição DOPS João Carlos Cavalcanti Reis
Informações: Requisição de documentos sobre João Carlos Cavalcanti Reis e familiares, DOPS/SP. Documento assinado em 23/03/1973 pelo delegado Edson Magnotti.
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013 - Sindicância DOPS 2 João Carlos Cavalcanti Reis
Informações: Relatório de sindicância número 25/72, relacionada ao inquérito 9/72, do DOPS/SP. Os citados são: Antonio Benetazzo; João Carlos Cavalcanti Reis e Silvia Peroba. Documento assinado por Edson Magnotti.
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014 - Boletim Ocorrência João Carlos Cavalcanti Reis
Informações: Boletim de Ocorrência da Delegacia da Vila Carrão em 30/10/1972, referente a João Carlos Cavalcanti Reis.
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015 - BNM Declarações Helena Cavalcanti Reis 1 João Carlos Cavalcanti Reis
Informações: Declarações de Helena Cavalcanti Reis, mãe de João Carlos Cavalcanti Reis, ao DOPS/SP, em 07/11/1972,
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015 - BNM Declarações Helena Cavalcanti Reis 2 João Carlos Cavalcanti Reis
Informações: Declarações de Helena Cavalcanti Reis, mãe de João Carlos Cavalcanti Reis, ao DOPS/SP, em 07/11/1972.
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016 - Inquérito Molipo DOPS João Carlos Cavalcanti Reis
Informações: Inquéirto 6/73 sobre a MOLIPO em que consta o nome de Jose Carlos Cavalcanti Reis. DOPS/SP.
RELATO DO CASO
Baiano de Salvador, João Carlos Cavalcanti Reis cursava o quinto ano da Faculdade de Engenharia Mackenzie, em São Paulo, quando se vinculou à ALN e participou de algumas ações armadas durante o ano de 1969. Saiu do país após a onda de prisões que atingiu a organização no final daquele ano, envolvendo seu sobrinho, Manoel Cyrillo de Oliveira Neto, participante do seqüestro do embaixador norte-americano, Charles Burke Elbrick. Depois de receber treinamento militar em Cuba, retornou clandestinamente ao Brasil em 1971, já como militante do Movimento de Libertação Popular – MOLIPO. A versão oficial anunciava que, após travar tiroteio com agentes dos órgãos de segurança, Cavalcanti teria sido ferido e morto no bairro de Vila Carrão, na capital paulista, no dia 30/10/1972.
A versão oficial apresentada na requisição de exame necroscópico ao IML dizia que “[…] após travar tiroteio com agentes dos órgãos de segurança, foi ferido e em conseqüência, veio a falecer”. Sua morte foi amplamente divulgada pela imprensa porque Natanael de Moura Girardi, que estava junto com João Carlos, conseguiu fugir e os órgãos de segurança pretendiam alertar os hospitais e clínicas sobre a possibilidade de seu companheiro buscar socorro, já que estava ferido. Segundo o que se apurou com seus companheiros, João Carlos e Natanael de Moura Girardi (ambos do Molipo) tinham perdido, havia dois dias, o contato com Antônio Benetazzo, preso em 28 de outubro. Na busca por notícias, foram à casa de Rubens Carlos Costa, onde Benetazzo havia sido preso. Os agentes do DOI-CODI/SP encontravam-se instalados na casa vizinha para controlar o fluxo de pessoas nas imediações. Natanael conseguiu escapar do cerco, mas João Carlos foi ferido e preso.
Em depoimento prestado por seu irmão José Trajano Paternostro Reis, em 19 de março de 1996, temos:
[…] foi preso, ferido, foi interrogado nas dependências do DEOPS, falecendo, posteriormente, ali, horas depois; foram as autoridades do DEOPS que convocaram o requerente e sua progenitora para irem às dependências do IML, já que os policias do DEOPS, que guardavam o corpo de João Carlos, tinham ordens para prenderem quem ali comparecesse para reclamar o corpo; ao se aproximarem da pedra onde jazia o corpo de João Carlos, somente puderam reconhecê-lo do peito para a cabeça já que o resto do corpo estava coberto por um lençol cuja remoção não foi permitida; puderam constatar que o rosto de João Carlos estava sem o olho esquerdo, e a cavidade preenchida por algodão; que, o declarante indagou da pessoa que vestia avental branco o que tinha ocorrido, tendo obtido como resposta que isso tinha sido produto de um “tarugo de madeira”.
Os legistas Isaac Abramovitc e Orlando Brandão assinaram o óbito, alegando como causa da morte “lesões traumáticas crânio-encefálicas”. Consta como declarante o policial Miguel Fernandes Zaniello. O caixão funerário foi entregue lacrado, sob o compromisso e a recomendação de jamais ser exumado. Um agente dos órgãos de segurança estava presente, vigiando o enterro no Cemitério Gethsêmani.
Os legistas descreveram duas lesões de entrada na cabeça: no canto externo do supercílio direito, com ferimento de saída na região occipital; e outro ferimento de entrada no canto direito da rima bucal, que fraturou os incisivos laterais direitos e saiu pela porção inferior da região occipital. Apontaram ainda ferimentos no terço inferior de ambas as pernas por projéteis. A única foto encontrada nos arquivos do IML/SP mostra uma marca no pescoço não explicada nem descrita no laudo cadavérico.
O conselheiro Nilmário Miranda convocou o perito criminal Celso Nenevê, do Instituto de Criminalística da Coordenação de Polícia Técnica da Polícia Civil (DF), para elaborar parecer sobre as circunstâncias da morte de João Carlos, mas o perito não conseguiu concluir a análise por causa da “[…] absoluta falta de elementos materiais no bojo do caso”.
Nilmário Miranda ressaltou em seu relatório que Natanael, sobrevivente do tiroteio, afirmou que os tiros disparados do Corcel usado pelos agentes policiais ocorreram entre 18 e 19 horas. Entretanto, a ficha do IML encontrada nos arquivos do DOPS/SP afirma que a entrada no necrotério aconteceu às 22 horas de 30 de outubro de 1972, e que João Carlos vestia apenas cueca de nylon castanho e meias de algodão cinza, “[…] o que seria impróprio para o horário e o local do tiroteio”, segundo o perito Celso Nenevê.
Apesar da autorização por escrito de familiares, o relator considerou desnecessária a exumação do corpo de João Carlos, por acreditar que os elementos apresentados nos autos do caso permitiam uma conclusão: a circunstância da sua morte poderia ser comparada à de Arnaldo Cardoso Rocha, cuja ausência de roupas ao chegar no IML indicou que o militante foi levado à dependência policial, mesmo ferido, para fornecer mais informações. Na CEMDP, seu caso (167/96) foi aprovado por 6 votos a favor e 1 contra, o do general Oswaldo Pereira Gomes, em 7 de agosto de 1997.
Em sua homenagem, a cidade de São Paulo deu seu nome a uma rua localizada no Conjunto Habitacional Jova Rural.
Fontes investigadas:
Conclusões da CEMDP; Dossiê Ditadura – Mortos e Desaparecidos Políticos no Brasil – 1964-1985, IEVE. Contribuição da Comissão da Verdade do Estado de São Paulo: Projeto Brasil Nunca Mais Digital; Arquivo do Instituto de estudos sobre a violência do Estado – IEVE; Desaparecidos Políticos um capítulo não encerrado da História Brasileira / [edição de texto Instituto Macuco]. — São Paulo: Ed. do Autor, 2012. — (Desaparecidos Políticos um capítulo não encerrado da História Brasileira; v. 1)
IDENTIFICAÇÃO DOS AUTORES DA MORTE\DESAPARECIMENTO
Órgão / Período |
Nome |
Função |
conduta |
Vivo/data do óbito |
Observações |
IML |
Isaac Abramovitch |
Médico Legista |
Falsificação do atestado de óbito |
Vivo |
|
IML |
Orlando Brandão |
Médico Legista |
Falsificação do atestado de óbito |
Vivo |
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DOPS/SP |
Miguel Fernandes Zaniello |
Policial Militar. Motorista do IML de 1961 a 1973. |
Falso Testemunho. Declarante no falso atestado de óbito |
- |
|
DOI/CODI |
Carlos Alberto Brilhante Ustra |
Chefe do DOI/CODI/SP no período |
Perseguição, sequestro, assassinato |
Vivo |
|
DOCUMENTOS CONSULTADOS
- Documentação principal
Identificação do documento |
Órgão da repressão |
Observações |
Anexo |
Certidão de Nascimento de João Carlos Cavalcante Reis |
|
Emitida em 23/01/1993 |
001-Arquivo-CEMDP-João-Carlos-Cavalcanti-Reis.pdf Página 18 |
Certidão de óbito |
IML |
Emitida em 02/11/1972 no 20º Subdistrito do Jardim América, São Paulo/SP |
001-Arquivo-CEMDP-João-Carlos-Cavalcante-Reis.pdf Página 20 |
Carta de João Carlos endereçada aos pais |
|
Sem data |
002-Arquivo-CEMDP-João-Carlos-Cavalcanti-Carta-aos-pais.pdf |
Aditamento ao requerimento inicial na CEMDP |
|
|
003-Arquivo-CEMDP-requerimento-adicional.pdf |
Declaração de José Trajano Paternostro Reis à CEMDP |
|
Enviado à CEMDP em 13/03/1996 |
004-Termo-de-declarações-Jose-Trajano.pdf |
Requisição de Exame Necroscópico |
IML |
Consta a Letra “T”, indicando um suposto terrorista. Emitido em 30/10/1972 |
005-Requisição-exame-necroscópico.pdf Página 5 |
Laudo do Exame Necroscópico |
IML |
Assinado pelos legistas supracitados. Datado de 31/10/1972 |
004-Termo-de-declarações-Jose-Trajano.pdf Páginas 6 a 8 |
Fotos de João Carlos Cavalcanti Reis morto |
IML |
|
006-foto-morto.pdf 006-foto-morto-2.pdf |
Ficha DOPS |
DOPS/SP |
Constam informações até 1978. |
007-Ficha-DOPS.pdf |
Foto de João Carlos Cavalcanti Reis com vida |
|
|
008-Foto-Vivo.pdf |
Reportagens imprensa sobre João Carlos Cavalvanti Reis à época da morte |
|
Revista Veja 08/11/1972; Diário da Noite 02/11/1972; Jornal da Tarde 03/11/1972; Folha da Tarde 02/11/1972; O Estado de São Paulo 02/11/1972 |
009-Arquivo-CEMDP-Imprensa.pdf |
Auto de Interrogatório Rubens Carlos Costa |
DOPS/SP |
Realizado em 20/02/1973 |
010-BNM-Interrogatório-Rubens-Carlos_Costa1.jpeg 010-BNM-Interrogatório-Rubens-Carlos_Costa2.jpeg 010-BNM-Interrogatório-Rubens-Carlos_Costa3.jpeg 010-BNM-Interrogatório-Rubens-Carlos_Costa4.jpeg
|
Documento que extingue a punibilidade de João Carlos Cavalcanti Reis |
2º Auditoria Militar da 2º Circunscrição |
|
011-Extinção-Punibilidade.jpeg |
Requisição de Documentos sobre João Carlos Cavalcanti e familiares |
DOPS/SP |
Documento assinado em 23/03/1973 pelo delegado Edson Magnotti. |
012-BNM-Requisição-DOPS.jpeg |
Relatório de sindicância do DOPS/SP |
DOPS/SP |
Relatório; sindicância número 25/72; relacionado ao inquérito 9/72. Os citados são: Antonio Benetazzo; João Carlos Cavalcanti Reis e Silvia Peroba. Documento assinado por Edson Magnotti |
013-sindicância-DOPS1.jpeg 013-Sindicância-DOPS2.jpeg |
Boletim de Ocorrência da Delegacia da Vila Carrão em 30/10/1972 |
Polícia Civil |
|
014-Boletim-de-ocorrência.jpeg |
Declarações de Helena Cavalcanti Reis (mãe) ao DOPS/SP |
DOPS/SP |
Interrogatório conduzido no dia 07/11/1972 |
015-BNM-Delcarações-Helena-Cavalcanti.jpeg 015-BNM-Delcarações-Helena-Cavalcanti2.jpeg |
Inquérito sobre a MOLIPO |
DOPS/SP |
Inquéirto 6/73 sobre a MOLIPO em que consta o nome de Jose Carlos Cavalcanti Reis |
016-Inquerito-Molipo-DOPS.jpeg |
Desaparecidos Políticos um capítulo não encerrado da História Brasileira / [edição de texto Instituto Macuco]. — São Paulo: Ed. do Autor, 2012. — (Desaparecidos Políticos um capítulo não encerrado da História Brasileira; v. 1) |
|
Relatório sobre as investigações na Vala de Perus |
017-Vala-de-perus.pdf |
2. Prova pericial e documental (inclusive fotos e vídeos) sobre a morte/desaparecimento
Documento |
Fonte |
Observação |
Anexo |
Fotos de João Carlos Cavalcanti Reis morto |
Arquivo do Instituto de Estudos da Violência do Estado - IEVE |
|
006-foto-morto.pdf 006-foto-morto2.pdf |
Certidão de óbito |
Arquivo do Instituto de Estudos da Violência do Estado - IEVE |
Emitida em 02/11/1972 no 20º Subdistrito do Jardim América, São Paulo/SP |
001-Arquivo-CEMDP-João-Carlos-Cavalcante-Reis001.pdf Página 20 |
Requisição de Exame Necroscópico |
IML |
Consta a Letra “T”, indicando um suposto terrorista. Emitido em 30/10/1972 |
004-Termo-de-declarações-Jose-Trajano.pdf Página 5 |
Laudo do Exame Necroscópico |
IML |
Assinado pelos legistas supracitados. Datado de 31/10/1972 |
004-Termo-de-declarações-Jose-Trajano.pdf Páginas 6 a 8 |
Celso Nenevê |
Perito Criminal do Instituto de Criminalística do Distrito Federal |
Aponta contradições e inconsistências no laudo pericial produzido pelo IML à época da morte. |
Dossiê Ditadura p. 387 |
Nilmário Miranda |
Processo na CEMDP |
Nilmário Miranda ressaltou em seu relatório que Natanael, sobrevivente do tiroteio, afirmou que os tiros disparados do Corcel usado pelos agentes policiais ocorreram entre 18 e 19 horas. Entretanto, a ficha do IML encontrada nos arquivos do DOPS/SP afirma que a entrada no necrotério aconteceu às 22 horas de 30 de outubro de 1972, e que João Carlos vestia apenas cueca de nylon castanho e meias de algodão cinza, “[…] o que seria impróprio para o horário e o local do tiroteio”, segundo o perito Celso Nenevê. O relator considerou desnecessária a exumação do corpo de João Carlos, por acreditar que os elementos apresentados nos autos do caso permitiam uma conclusão: a circunstância da sua morte poderia ser comparada à de Arnaldo Cardoso Rocha, cuja ausência de roupas ao chegar no IML indicou que o militante foi levado à dependência policial, mesmo ferido, para fornecer mais informações. |
Dossiê Ditadura p. 387 |
3. Testemunhos sobre a prisão, morte/desaparecimento
Nome |
Relação com o morto / desaparecido |
Informação |
Fonte |
Natanael de Moura Girardi |
Militante da mesma organização |
Ferido na emboscada que resulta na prisão de João Carlos Cavalcanti Reis, Natanael Girardi consegue escapar do cerco montado na Vila Carrão e esclarece o horário do tiroteio. |
Dossiê Ditadura p. 386 |
José Trajano Paternostro Reis |
Irmão |
Em requerimento enviado à CEMDP, José Trajano informa que João Carlos teria sido ferido na emboscada na casa de Rubens Carlos e levado, posteriormente ao DOPS, onde morreu sob intensa tortura. |
Dossie Ditadura p.386 (em anexo) 004-Termo-de-declarações-Jose-Trajano.pdf |
Helena Cavalcanti Reis |
mãe |
Em depoimento prestado ao DOPS/SP, relata o dia em que foi informada e que obteve permissão para a retirada do corpo do filho do IML. |
(em anexo) 014-BNM-Declarações-Helena-Cavalcanti.jpeg |
4. Depoimento de agentes da repressão sobre a morte/desaparecimento
Nome |
Órgão / Função |
Informação |
Fonte com referências |
OBS: Em anexo cópias de todos os documentos reunidos pela Comissão de Familiares dos Mortos e Desaparecidos Políticos e Comissão da Verdade do Estado de São Paulo “Rubens Paiva”
CONCLUSÕES E RECOMENDAÇÕES PARA O CASO
Conclusão: João Carlos Cavalcanti Reis foi detido no dia 30/11/1972 em uma emboscada preparada por agentes do DOPS/SP na casa de Rubens Carlos Costa, na Vila Carrão, em São Paulo. Apesar de ferido, foi, provavelmente, levado à dependências DOPS/SP, onde viria a falecer horas depois. A farsa sobre as circunstâncias de sua prisão e morte foi endossada com a produção de documentos assinados por médicos legistas e funcionários do DOPS/SP.
Recomendações: Investigação das circunstâncias da prisão e morte de João Carlos Cavalcanti Reis; identificação e responsabilização dos agentes da repressão envolvidos no caso; retificação do atestado de óbito; que o Estado brasileiro reconheça e declare a condição de anistiado político de João Carlos Cavalcanti Reis, pedindo oficialmente perdão pelos atos de exceção e violações de direitos humanos que foram praticados contra este cidadão assassinado pela ditadura militar.