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INICIAL DO NOME:

ALEXANDER JOSÉ IBSEN VOEROES

OCORRÊNCIA

Morto em 27 de fevereiro de 1972, em São Paulo, SP.

DADOS PESSOAIS
Filiação: Alexander Voeroes Toth e Carmen Ibsen Chateau.
Data e local de nascimento: 5 de julho de 1952.
Profissão: Estudante
Atuação política: Molipo (Movimento de Libertação Popular).
Data e local da morte/desaparecimento: Morto em 27 de fevereiro de 1972, em São Paulo, SP.
Organização política: Movimento de Libertação Popular (MOLIPO).

Arquivos

RELATO DO CASO

Alexander José Ibsen Voeroes nasceu no dia 5 de julho de 1952, em Santiago de Chile, filho de pai húngaro, Alexander Voeroes Toth e mãe chilena, Carmen Ibsen Chateau de Voeroes. Os pais decidem vir para o Brasil e aqui chegam no dia 28 de agosto de 1952 como imigrantes e com visto permanente. Em 1959. Em 1959 começou a estudar da extinta EEPSG Thomaz Galhardo, na rua Marcelina, Vila Romana, São Paulo (SP), até completar o antigo ensino primário. Irá prosseguir os estudos  no Ginásio e Escola Técnica de Comércio Mário Andrade, rua Caio Graco, 263, também na Vila Romana. Em 1963, dá seguimento à vida escolar no Grupo Escolar Pereira Barreto, na rua Clélia, no bairro da Lapa. Na mesma época é admitido para o curso ginasial no Colégio Campos Salles, rua Doze de Outubro, Lapa. Nessa escola diploma-se em 19 de fevereiro de 1968. Por recomendação de seus professores, fez exame de admissão para o Colégio Estadual Fidelino de Figueiredo (Colégio de Aplicação), rua Gabriel dos Santos, 30. Foi admitido e, em 1970, ganhou uma bolsa de estudo integral no Centro de Estudos Filo-Juris para canditar-se ao curso de Biologia da USP. Em carta destinada à CMDEP, a mãe de Alexander afirma que a Alexander “tinha muita energia, desde pequeno se sobressaia pela personalidade, inteligência, sociabilidade, querido e admirado pelos professores, colegas e amigos e vizinhos, tinha um forte espírito de liderança. Os irmãos adoravam esse irmão [Alexander] mais velho porque sempre lhes deu muita atenção, conversando e brincando com eles”.

A família de Alexander conhecia o espírito inquieto do filho, mas não sabia de seu engajamento em lutas sociais e políticas, por isso foi tomada de surpresa em outubro de 1971 quando, de acordo com relato de dona Carmen, mãe de Alexander, “um grupo de policiais fortemente armados, inclusive com metralhadoras, chegou em nossa casa buscando-o e acusando-o de subversivo. Revistaram especialmente seu quarto, levaram certos documentos, todos trabalhos escolares, inclusive sobre a Hungria, pátria do pai [...] Não nos devolveram nenhum documento”. Por esta época, Alexander já estava envolvido na luta contra a Ditatura, tendo ingressado no Molipo (Movimento de Libertação Popular). Artur Machado Scavone, ex-preso político e militante do Molipo, conheceu Alexander e sobre ele diz: “[..] foi meu companheiro de Movimento de Libertação Popular entre os anos de 1971 e 72, quando integramos o mesmo agrupamento de guerrilha. O conheci com o nome de guerra Carlos. Alexander foi um companheiro extremamente disciplinado e dedicado à organização da nossa luta, solidário e atento aos problemas que cada um enfrentava. Minha convivência com ele foi limitada já que não compartilhávamos o mesmo ‘aparelho’, mas o mesmo agrupamento. Quando da minha prisão eu tinha ponto de encontro com ele, bem como ponto de referência – como chamávamos os pontos alternativos de segurança, ambos preservados. Soube do seu assassinato quando estava detido em uma cela externa do Hospital Militar do Cambuci – após ter sido baleado durante minha prisão - quando de um interrogatório do então chamado Capitão Ubirajara. Ele e sua equipe de torturadores trouxeram um recorte de jornal anunciando o "confronto" em que Alexander e Lauriberto José Reis foram assassinados em uma emboscada. Seu objetivo era demonstrar para mim que a nossa organização estava dizimada e, com isso, abrir espaço para que eu não resistisse à dar informações”.

Pouco antes de ser assinado por agentes do Estado, já na clandestinidade, Alexander enviou carta à família avisando que sairia do país e expressando parte de seu pensamento:

 

[...] Outra coisa que me vem à memória é que nem sempre uma linha reta é o caminho mais curto entre dois pontos. Sim, pois eu estando perto de vocês: no mesmo país, por causa dessa comunicação unilateral nunca estive tão longe. Então, paradoxalmente, para a gente se aproximar deve afastar-se.

Tem outro ponto que queria abordar, já que falo nessa quebra de unilateralidade. Não vamos ser irreais e voltar-se ao passado. Acho que a missão de vocês em relação a este filho já está definitivamente cumprida e brilhantemente. Vocês fizeram o que puderam, e acho que fizeram bem. Deram-me coisas importantes: ser independente, saber se virar por si mesmo, ter capacidade de tomar suas próprias decisões. Cultura e independência, essas são duas coisas que fazem o homem mais livre. Por isso este bicho aqui se considera Homem. E sou grato.

Acho ainda que já não se deve dedicar tempo pensando ou se preocupando comigo. Esse tempo deve ser utilizado para os daí. A Cristina, o Jorge e a Margarida e para vocês mesmos. Eles precisam ser homens e vocês acho que já devem se considerar realizados em boa parte. Acho que comigo já cumpriram a tarefa.

Muitas vezes os pais por um certo egoísmo paternal acham que os filhos devem se fazer pela imagem que eles próprios gostaria de ter sido. Não é mesmo? Dependendo das bases em que for colocado pode ser positivo ou não. O primeiro aspecto positivo dessa atitude é o fato dela ser voltada para a frente: “sempre melhor do que sou”. Está implícita a ideia de progresso.

Agora, cada homem tem sua individualidade que distingue dos outros e sua que o aproxima e o faz pertencer à mesma espécie.

Não vamos colocar como objetivo para os filhos aqueles que são apenas projeções individuais, que são reflexo do que há de diferente entre os homens, pois o que seria realização de um pelo outro seria a negação deste. Sempre considerei vocês bastante esclarecidos nesse assunto, não querendo fazer, com muita gente, que o filho seja médico (por ex.) porque esse foi o sonho de juventude do pai. Isso de querer fazer o filho à própria imagem do eu individual é uma realização feita com a negação da dos outros.

Por isso deve-se fixar naquilo que é comum entre as pessoas e que as aproxima. Porque, quando um homem se realiza nesse ponto, também o faz toda uma sociedade e aí se confirma o progresso: destina-se não só a continuação do ser humano, mas ao seu constante melhoramento. Fiquem atentos e verão onde quero chegar.

A verdadeira educação liberta o homem.

Os pais não devem desenvolver ferramentas pelos filhos, muito menos ainda fazer a casa, mas sim desenvolver as ferramentas nos filhos, isto é, a capacidade de fazê-las.

Uma vez na igreja ouvi: Se vem uma pessoa e te pede um peixe, não dê. Ensine-a a pescar. Entenderam o que estou querendo agradecer?

Obrigado pela vara de pesca!

pelos instrumentos que vocês me deram: cultura honestidade consigo mesmo, (aí se consegue para com os outros) e essa independência.

Pois quem sabe transmitir essa capacidade de pescar aos outros, pelo que isso de tem de quebra de egoísmo, generosidade e confirmação do que há de bom no ser humano, pode, deve e tem a obrigação de ser considerar realizado.

Vocês verão só os peixes que eu vou pegar. Peixes  que vocês nunca sonharam e sei que vão ficar contentes porque esse era o objetivo de você.

 

Esse foi o último contato com a família. Pouco depois, em 27 de fevereiro de 1972, em uma perseguição policial contra ele e Lauriberto José Reys, companheiro de organização, ambos vieram a morrer baleados por um enorme aparato montado por agentes de segurança do Estado. No mesmo evento Napoleão Felipe Biscardi, funcionário público aposentado e morador do local, passava pela rua e também foi morto baleado por policiais que perseguiam Alexander e Lauriberto.

“A nota policial, publicada em fevereiro de 1972, dizia que Alexander e Lauriberto foram mortos na rua Serra de Botucatu, no bairro do Tatuapé, Zona Leste de São Paulo, depois de intenso tiroteio, sendo também morto um funcionário público aposentado, Napoleão Felipe Biscaldi, morador do local.

 Referida nota foi publicada no jornal Folha de São.Paulo, em 29 de fevereiro de 1972, nos seguintes termos: ‘Dois terroristas, um dos quais natural do Chile, ao dispararem metralhadora e revólver contra agentes dos órgãos de repressão, acabaram por atingir e matar o sr. Napoleão Felipe Biscaldi, de 61 anos de idade, no cerco realizado domingo na rua Serra de Botucatu, bairro do Tatuapé’. Outros jornais, como o Jornal do Brasil, publicaram notas semelhantes” (Dossiê Ditadura, p. 326-327).

Para compreender o que é possível a partir dos dados disponíveis sobre a morte de Alexander, não há como dissociar da história da morte de Lauriberto José Reys, posto que foram emboscados juntos.

“O laudo necroscópico de Lauriberto, emitido em 29 de fevereiro de 1972, afirma que ele faleceu às 17 horas, de 27 de fevereiro de 1972, e dá como causa da morte ‘[…] lesões traumáticas crânio encefálicas’. A requisição de exame feita pelo DOPS/SP ao IML/SP informou: ‘Após travar tiroteio com os agentes dos órgãos de segurança, foi ferido e, em conseqüência veio a falecer’. O horário indicado de entrada no necrotério foi 18h30min.

No exame necroscópico de Lauriberto, consta a descrição de quatro tiros: um no ombro esquerdo, um na coxa direita e dois na cabeça: um no olho esquerdo e outro na porção média da região frontal. No laudo de Alexander, constam também quatro tiros:

Orifício de entrada na porção média do lábio inferior e saída no submento à direita; orifício de entrada na porção superior da região frontal e saída na região occipital; entrada na face ântero-lateral esquerda do pescoço e o projétil transfixou o tórax e o lobo superior do pulmão esquerdo, transfixou o omoplata esquerdo e saiu pela região escapular esquerda; entrada na face anterior do terço médio do antebraço direito e o projétil alojou-se no cotovelo.

Ao examinar os documentos e algumas contradições entre as informações divulgadas nos jornais da época, o relator do caso (270/96) na CEMDP, Nilmário Miranda, passou a considerar a hipótese de execução, solicitando um levantamento mais detalhado aos familiares.

Em 4 de junho de 1997, dois integrantes da Comissão de Familiares de Mortos e Desaparecidos Políticos estiveram no local do crime, para colher informações sobre o episódio com os moradores e relataram:

Fomos a uma borracharia onde trabalha Adalberto Barreiro, que na época dos fatos tinha 12 anos de idade e estava em casa assistindo televisão. Era um domingo quando ele ouviu um barulho continuado de tiro. Morava à rua Tijuco Preto, paralela à Serra de Botucatu. Curioso, correu pelos fundos da casa até a rua [Serra de] Botucatu.

Lá, viu um jovem que tentava correr, mancando e segurando a perna, quando passou um Opala branco com policiais armados de metralhadora, com metade do corpo para fora do carro, atirando. Primeiro, atingiram Napoleão Felipe Biscaldi – um funcionário público aposentado antigo morador da [Serra de] Botucatu, que atravessava a rua; depois balearam o rapaz que mancava. O rapaz aparentemente foi morto na hora. Os policiais o jogaram no porta-malas do carro. As ruas estavam cercadas de policiais. “Tinha até metralhadora em tripé”. Eles gritavam que o rapaz que mancava “era um terrorista”. Adalberto contou que viu uma moça japonesa presa dentro do Opala. “Em toda parte estava cheio de policiais armados. Era um cerco, parecia uma guerra. Todo mundo viu ou soube que Napoleão fora morto pela Polícia. Mas era um tempo em que todo mundo tinha medo de falar”. Ele disse também que os policiais e as pessoas comentavam que o outro “terrorista” também tinha sido morto, no outro quarteirão.

O borracheiro nos orientou que falássemos com Maria Celeste Matos, moradora do número 846 daquela rua. Com muito medo ainda, depois de tanto tempo, ela nos falou que, naquele domingo, o Esquadrão da Morte comandou a ação militar. Fez um cerco e colocou homens armados em toda a extensão da rua. “Do lado da minha casa, ali mais adiante, havia um campinho de futebol. Meu filho e o de Napoleão estavam jogando bola lá. Ele estava em casa, ouviu tanto tiro e então falou para a esposa, Alda, que ia buscar o filho no campinho. Foi quando ele saiu para a rua e foi executado pelo Esquadrão da Morte, que saiu atirando pela rua. Naquela hora, vimos um menino, vestido com um short, ser morto e colocado no porta-malas do carro da polícia. Meu marido pensou tratar-se de nosso filho que jogava de short. Ele falou com o Esquadrão da Morte que eles tinham matado nosso filho e ficou junto do carro sem arredar o pé. Foi aí que os policiais abriram o porta-malas, e mostraram para ele que o rapaz morto não era nosso filho”. Maria Celeste ainda disse que acha que o mesmo sucedeu com a outra pessoa morta. Os policiais explicaram que “eram terroristas”, disse Maria Celeste. Nenhum deles, nem Lauriberto, nem Alexander, chegou a sacar a arma, segundo relato dos moradores.

 

Pelos relatos colhidos no local do crime, todos viram a execução dos militantes e do vizinho Napoleão, cujo corpo ficou cinco horas na rua, aguardando a perícia, enquanto os corpos dos dois militantes foram levados. Lauriberto e Alexander foram examinados pelos legistas Isaac Abramovitc e Walter Sayeg, encarregados de confirmar as falsas versões oficiais. O laudo de Napoleão Biscaldi foi assinado por outro legista, Paulo Altenfelder. As requisições de exame ao IML/SP, solicitadas pelo DOPS/SP, em 27 de fevereiro de 1972, informando as mortes em decorrência dos ferimentos sofridos em tiroteio com os agentes dos órgãos de segurança apresentam a letra T manuscrita, indicando tratar-se de indivíduos considerados ‘terroristas’, como eram tratados os perseguidos políticos na época.

Não foi encontrada perícia de local nem sequer fotos dos corpos que permitissem um exame por parte de peritos. Desse modo, foi impossível reconstruir a dinâmica do evento.

Segundo o relator, ‘[…] houve um cerco poderoso, uma emboscada e que, pelo relato de Adalberto Barreiro da morte de Sr. Napoleão Biscaldi, vítima inocente, e do jovem que foi abatido quando fugia, ‘mancando e segurando a perna’, que a operação não visava prender os dois militantes e sim matá-los’.

Lauriberto foi enterrado em São Carlos por seus familiares. Alexander foi enterrado em 1º de março de 1972, pela família, em caixão lacrado, conforme determinação policial, no Cemitério da Saudade, quadra 68, sepultura 28, em Vila Sônia, na capital paulista” (Dossiê Ditadura, p. 326-327).

Confirmando a perseguição política sofrida por Alexander, em seu enterro: “Relatório encontrado nos arquivos do DOPS comprova o acompanhamento do enterro pelos agentes policiais, informando que no IML haveria cerca de 50 pessoas e que o cortejo foi composto de mais ou menos 12 carros. Dirigido ao delegado titular do DOPS, os agentes garantem que o caixão não fora aberto pelos familiares, o que parece denotar o esforço para relatar que uma ordem recebida fora cumprida” (Direito à Verdade e à Memória, p. 287-288).

“O caso de Lauriberto na CEMDP, tendo como relator Nilmário Miranda, foi aprovado no dia 7 de agosto de 1997, por 6 votos a favor e 1 contra, o do general Oswaldo Pereira Gomes.

O relator do caso de Alexander, André Sabóia Martins, retomou o parecer do relator do caso de Lauriberto, por se tratar de situação análoga. O caso de Alexander foi aprovado por unanimidade em 7 de outubro de 2004.

A Comissão de Familiares não conseguiu fazer contato com os familiares de Napoleão Felipe Biscaldi e não houve apresentação de requerimento sobre o seu caso na CEMDP” (Dossiê Ditadura, p. 326-327).

Em 2014, no dia 9 de abril, a Universidade de São Paulo, Faculdade de Educação desta mesma Universidade e a Comissão da Verdade do Estado de São Paulo “Rubens Paiva” homenagearam Alexander José Ibsen Voeroes, quando uma placa foi decerrada em sua homenagem no Auditório da Escola de Aplicação, escola que ele estudou nos anos 1960. No mesmo ato, a Comissão da Anistia do Ministério da Justiça foi declarado Anistiado Político, cujo voto da relatora Enéa Stuz de Almeida foi aprovado por unanimidade, sendo, então reconhecido como “anistiado político post mortem”, onde o Estado brasileiro apresentou “o pedido de desculpas pela perseguição sistemática imposta pelo regime autoritário” (Vota da relatora e Ata do Julgamento do requerimento de Anistia nº 2013.01.73029, de Alexander José Ibsen Voeroes).

Fontes investigadas/consultadas:

Conclusões da CEMDP; Dossiê Ditadura – Mortos e Desaparecidos Políticos no Brasil – 1964-1985, IEVE. Contribuição da Comissão da Verdade do Estado de São Paulo: 118ª audiência pública sobre o caso de Alexander José Ibsen Voeroes, realizada no dia 23 de março de 2014; Direito à Memória e à Verdade: CEMDP. Brasília, Secretária de Direitos Humanos da Presidência da República, 2007.

IDENTIFICAÇÃO DOS AUTORES DA MORTE\DESAPARECIMENTO

Órgão / Período

Nome

Função

conduta

Vivo/data do óbito

Observações

DOI-CODI II Exército - SP

CARLOS ALBERTO BRILHANTE USTRA

Comandante

Assassinato  

Vivo

O então Major Carlos Alberto Brilhante Ustra comandou o DOI-Codi/SP de 1970-1974.

 

 

Segunda entrevista do Coronel ao Zero Hora em 23/03/2014 “Quando morria uma pessoa, você não podia chamar a perícia e isolar a área, porque eles andavam com cobertura, vinham e metralhavam a gente. Então, acabou o tiroteio, tinha morto? Levava para o DOI. Estava doente, ferido? Levava para o hospital. No DOI, o corpo ficava ali num lugar deitado, guardado. Eram pequenas as nossas instalações. E esse Marival dizia que eu botava os corpos em exposição. Onde é que eu ia botar? Deixava no pátio esperando chegar o rabecão”.

IML/SP

Isaac Abramovitc

Médico Legista

Falsificação de laudo necroscópico

morto

Anexo: 006_Laudo Necroscópico e Requisição de Laudo_Alexander Voeroes.pdf

Dossiê Ditadura, pp. 326-327

118ª Audiência Pública da Comissão da Verdade de São Paulo, pp. 22 e 23.

IML/SP

Walter Sayeg

Médico Legista

Falsificação do laudo necroscópico

????

Anexo: 006_Laudo Necroscópico e Requisição de Laudo_Alexander Voeroes.pdf

Dossiê Ditadura, pp. 326-327

118ª Audiência Pública da Comissão da Verdade de São Paulo, pp. 22 e 23.

IML/SP

Arnaldo Siqueira

Diretor do IML/SP

Responsável pela designação dos médicos que assinaram o laudo necroscópico fraudulento

???

Anexo: 006_Laudo Necroscópico e Requisição de Laudo_Alexander Voeroes.pdf

Dossiê Ditadura, pp. 326-327

118ª Audiência Pública da Comissão da Verdade de São Paulo, pp. 22 e 23.

DOCUMENTOS CONSULTADOS

  1. Documentação principal

 

Identificação do documento

Órgão da repressão

Observações

Anexo

Favor nomear conforme padrão

Fotos Alexander Voeroes Morto

Arquivo IEVE

 

001_Fotos Alexander Morto_Alexander Voeroes.pdf

Documentos encontrados no DOPS/Deops: Mandato de Prisão; Relatório de Vigilância do enterro de Voeroes; Documentos encontrados com Voerões quando de seu assassinato.

Arquivo IEVE

 

002_Documentos DOPS_Mandato de Prisão_Vigilância enterro_documentos diversos_Alexander Voeroes.pdf

Transcrição de documentos e relatório do DOPS sobre Alexander

Arquivo IEVE

 

003_Transcrição de documentos e relatório do DOPS_Alexander Ibsen Voeroes.pdf

Mandato de Prisão contra Voeroes

Arquivo IEVE

 

004_Mandato de Prisão_Alexander Voeroes.pdf

Relatório do Deops sobre o enterro do Voeroes

Arquivo IEVE

 

005_Relatório do DEOPS acerca do enterro_Alexander Voeroes.pdf

Laudo Necroscópico e Requisição de Laudo Necroscópico

IML

 

006_Laudo Necroscópico e Requisição de Laudo_Alexander Voeroes.pdf

Carta manuscrita de Alexander

Arquivo da família

 

007_Carta Alexander_manuscrita_Alexander Voeroes.pdf

Carta manuscrita da mãe de Voerões à CEMDP

Arquivo da família

 

008_Carta Carmen_Manuscrita_Alexander Voeroes.pdf

Ata e Voto da Comissão da Anistia

Comissão da Anistia

 

009_Comissão de Anistia_Voto e Ata_Alexander Voeroes.pdf

Requerimento da família à Comissão da Anistia para reconhecimento de Alexander como anistiado político

Comissão da Anistia

 

010_Requerimento para a Comissão da Anistia_Alexander Voeroes.pdf

Fotos de Alexander Vivo

Arquivo da família

 

011_Fotos Alexander Vivo_Alexander Voeroes.pdf

 

 

 

2. Prova pericial e documental (inclusive fotos e vídeos) sobre a morte/desaparecimento

1.    Prova pericial e documental (inclusive fotos e vídeos) sobre a morte/desaparecimento

 

Documento

Fonte

Observação

Anexo

Parecer da relatora da Comissão da Anistia para o caso de Alexander Voeroes

Comissão da Anistia do Ministério de Justiça

 

009_Comissão de Anistia_Voto e Ata_Alexander Voeroes.pdf

Laudo Necroscópico falso

IML/SP

 

006_Laudo Necroscópico e Requisição de Laudo_Alexander Voeroes.pdf

 

Fotos do cadáver de Alexander Voeroes

Arquivo IEVE

 

001_Fotos Alexander Morto_Alexander Voeroes.pdf

Documentos encontrados no DOPS/Deops sobre Alexander Voeroes: Mandato de Prisão; Relatório de Vigilância do enterro de Voeroes; Documentos encontrados com Voerões quando de seu assassinato.

Arquivo IEVE

 

002_Documentos DOPS_Mandato de Prisão_Vigilância enterro_documentos diversos_Alexander Voeroes.pdf

 

3. Testemunhos sobre a prisão, morte/desaparecimento

Nome

Relação com o morto / desaparecido

Informação

Fonte

Adalberto Barreiro

Morador dos arredores de onde ocorreu a morte

Viu a perseguição a um rapaz ferido e o momento do disparo da arma de fogo (metralhadora) efetuado por um policial com a metade do corpo para fora de um veículo Opala branco, o qual atingiu o Sr. Napoleão e posteriormente o rapaz perseguido.

Dossiê p. 327 e relatos da Audiência realizada pela CVSP (anexo 012-118-audiencia-cvsp-20-03-2014.pdf)

Maria Celeste Matos

Moradora dos arredores de onde ocorreu a morte

Declara que o esquadrão da morte comandou a ação militar e fez um cerco policial, com homens armados em toda extensão da rua. Viu um menino vestido com short ser morto e colocado no porta malas de um carro da polícia. Afirma que os policiais informaram que os mortos seriam “terroristas”

Dossiê p. 328 e relatos da Audiência realizada pela CVSP (anexo 012-118-audiencia-cvsp-20-03-2014.pdf)

 

Fonte:

4. Depoimento de agentes da repressão sobre a morte/desaparecimento

Nome

Órgão / Função

Informação

Fonte com referências

 

 

 

 

OBS: Em anexo cópias de alguns dos documentos reunidos pela Comissão de Familiares dos Mortos e Desaparecidos Políticos e Comissão da Verdade do Estado de São Paulo “Rubens Paiva”

CONCLUSÕES E RECOMENDAÇÕES PARA O CASO

Conclusão: Alexander José Ibsen Voeroes foi morto em uma emboscada promovida por agentes do DOI-CODI/SP, sendo a versão oficial divulgada, a qual atestava a existência de confronto, uma fraude.

Recomendações: Retificação do Atestado de Óbito, a fim de que conste o real motivo da morte de Alexander Voeroes; Há necessidade de apurar a responsabilidade dos agentes citados e investigar se houve outros agentes envolvidos, bem como investigar e reconstituir as reais circunstância em que se deu a perseguição e morte de Alexander.

 

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