Eu sou Virgílio Gomes da Silva Filho, filho de Virgílio Gomes da Silva. Há minutos atrás um companheiro me perguntava se notamos que tínhamos ficado com alguma sequela por conta do que aconteceu conosco. Eu falo que não. Porém, sempre que tocamos nesse tema eu não consigo falar. Mas vou falar. O que sempre me vem à memória é a nossa relação familiar. Assim como a vida de qualquer família da classe operária naquela época, nós tínhamos poucas coisas, mas éramos felizes. O convívio era bom e alegre. Foi assim até que comecei a perceber que o meu pai não estava tão presente. Muitas vezes ele tinha que se ausentar e hoje sabemos o porquê. A luta dele exigia isso para a segurança da família.
Na época, eu tinha 6 anos de idade já completados. Estávamos em São Sebastião num dia chuvoso, ansiosos para ir à praia, mas a chuva não nos deixava. Na esperança de que o sol aparecesse, eu e meu irmão [Vlademir] estávamos sentados na varanda da casa quando vimos se aproximar uma comitiva de três ou quatro carros pretos. Eles desciam na frente de uma casa, todos entravam e saíam, entravam no carro de novo, voltavam, andavam mais, desciam em outra casa e assim iam fazendo batidas em cada casa. Isso até chegar na frente da nossa, onde entraram. Alguns pela janela, outro pelos fundos, outro pela frente. Foram empurrando tudo. Estavam todos armados com metralhadoras, revólveres. O que eu mais lembro na época, o que mais me marcou foi o jeito que eles entraram e pegaram o Manoel Cyrillo. Jogaram-no no chão, começaram a dar chutes nele. Eram cinco ou seis em cima do Cyrillo e o resto tudo bagunçando a casa. Aquilo era um caos na minha cabeça. Não sabia o que estava acontecendo. Estávamos minha mãe, o Vlademir, a Isabel e eu. Não sei o quanto de tempo isso durou.
Fomos retirados às pressas da casa e levados para o carro da polícia. Quando passei por um dos carros, vi uma outra imagem muito forte que ficou gravada na minha memória. Foi de uma pessoa que eu não reconheci, que estava sentada no banco de trás do carro, todo amordaçado, ensanguentado. Estava sem camisa, com uma faixa no peito, olho todo roxo. Depois eu vim saber que esse era o meu tio Francisco Gomes da Silva, o Chiquinho, irmão do meu pai. Isso me marcou muito. Acho que me marcou tanto porque eu percebi que a brutalidade que eles cometeram entrando em casa iria resultar no que eu estava vendo dentro do carro. O que fizeram lá dentro com o Manoel Cyrillo ia se tornar aquilo que eu estava vendo dentro do carro.
Estava chovendo na estrada e a forma imprudente como dirigiam ocasionou um acidente. O carro rodopiou e capotou. Minha mãe estava com a Isabel nos braços e a preocupação com ela era tão grande que minha mãe se esqueceu de se proteger. Ao final, ela acabou desmaiando. Isso nos apavorou ainda mais, ver a minha mãe desacordada com a Isa nos braços e nós não sabíamos o que fazer.
Aí me lembro de nós já na Operação Bandeirante. Estávamos sentados numa sala pequena, eu e o meu irmão Vlademir. Nesse momento, a Isabel já não estava mais conosco. E uma mulher insistia muito em perguntar onde estava meu pai. Eles não se dirigiam tanto a mim, mas ao meu irmão, perguntando onde estavam as armas, onde estava o meu pai, quem eram os companheiros do meu pai, quem visitava a minha casa. E obviamente não tínhamos respostas para essas perguntas. É totalmente absurdo pessoas que se diziam profissionais da lei interrogar crianças sobre uma coisa para as quais elas sabiam que não tínhamos resposta. Não sei qual era o objetivo deles fazendo tais perguntas em tom de interrogatório, de intimidação.
Eu tinha 6 anos, o Vlademir 7 e pouco, o Gregório tinha 2 e a Isabel quatro meses. O curioso é que nessa data em que fomos sequestrados pela polícia, o meu pai já tinha sido preso e provavelmente já estava até sendo morto. Mas eles continuavam perguntando pelo Virgílio. Não dá para entender. Acho que era um negócio mórbido, doentio. Eu imagino que quando prenderam o Virgílio automaticamente todo mundo ficou sabendo do troféu que eles tinham conseguido, mas ainda assim continuaram torturando as pessoas, perguntando por alguém que já tinham matado. Então, da Operação Bandeirante fomos levados ao Juizado de Menores, uma casa com muitas crianças.
[Neste instante, Ilda Martins da Silva, mãe de Virgílio, interrompe e diz:] “Acho que antes vocês estiveram no DOPS por dois dias. O Vlademir diz isso”.
Na minha memória de 6 anos, tem coisas que eu me perco. Lembro que a gente ficou num lugar que dava para ver o Minhocão, mas não sei se foi antes ou depois. Mas sempre acompanhado por aquela mulher e outro cara. Mas, a partir daí, o que mais me marcou foi o Juizado de Menores, que era um lugar onde tinha muitas crianças. Dormíamos todos numa sala onde havia camas separadas. E em outro quarto minha irmã ficava num berçário, onde tinha outras crianças de berço também. Era numa casa, que não sei onde, não sei o endereço.
Também nunca procurei saber onde foi isso, mas era uma casa grande como se fosse uma casa normal, com quintal nos fundos, onde as crianças brincavam. Todos as crianças que chegavam lá tinham a cabeça raspada, aquela coisa para não proliferar piolho. Mas eu me revoltei e não deixei cortarem meu cabelo. Fui o único que ficou com o cabelo comprido ali. Lá, de dia, as atividades das crianças eram normais. O ruim mesmo era de noite. Eu não queria que a noite chegasse, porque tínhamos que ser separados e tínhamos medo de não nos vermos mais. Além disso, era de noite que
batia a saudade da nossa mãe e da casa, sempre que escutávamos choros e soluços de
outras crianças.
O pessoal que cuidava das crianças nos levava para passear durante o dia, mostrando casas e perguntando se queríamos morar numa casa daquelas grandes, bonitas, com famílias que podiam dar melhores condições para nós, onde havia brinquedos mais bonitos. E nós, na nossa relação, eu e o meu irmão Vlademir, tínhamos um código natural onde eu sempre deixava a resposta para ele. Eu sempre optei pelo silêncio. E o meu irmão sempre foi muito maduro para a idade. Ele conseguia lidar com essa situação melhor do que eu.
Então, hoje, depois de muito tempo eu entendo por que de noite ele ia na minha cama, me levantava e me levava para o berço da Isa. E a gente dormia debaixo do berço dela. Também lembro que, várias vezes, como eu era mais ágil que o meu irmão, ele me levava na cozinha da casa e fazia pegar a lata de leite Ninho, preparava a mamadeira da Isabel e dava de noite para ela. Ele tinha essa lucidez.
Ficamos lá por uns três meses, até que os meus tios conseguiram nos resgatar. E como éramos quatro irmãos não dava para ficar todo mundo com um parente só. Fomos distribuídos, repartidos pelos meus tios. Eu fiquei com a minha tia Nair, irmã da minha mãe, o Vlademir ficou com meus tios Nora e Miguel, também irmão da minha mãe. O Gregório com a minha tia Iraci e a Isabel com a minha tia Geni. Comecei a estudar na escola Carlos Gomes, em São Miguel Paulista. E começamos a ver a crua realidade da sociedade capitalista. Eu vendia sorvete na rua, depois da escola. Mas às vezes comia mais do que vendia.
Quando saímos do Juizado de Menores eu já tinha completado 7 anos e o meu irmão 8. Eu ainda não tinha noção da morte do meu pai. E minha mãe ficou mais nove meses presa. Até nossa saída do Juizado, não tínhamos visto a minha mãe, não sabíamos dela. Tenho meio que um bloqueio mental com relação a isso, não sei em que momento foi, se transcorreu muito tempo para começarmos a ter contato com a minha mãe. Nós éramos levados até uma esquina próxima do presídio Tiradentes, de onde minha mãe conseguia nos ver desde uma torre do presídio. Ela tirava a mão por uma frestinha, uma janelinha bem estreita e abanava um jornal. E minha avó ficava ali com a gente naquela esquina. E quando aparecia o jornal a minha avó falava: “Dá tchau que a sua mãe está vendo vocês agora”. A gente dava tchau para a minha mãe, mas nós não a víamos. Nessa época, minha mãe estava incomunicável.
O que me lembro de visitas ao presídio foi de um período mais à frente. Nós recebíamos presentes e lembranças dos presos políticos, artesanatos que eram fabricados por eles mesmos lá dentro. Teve até uma bicicleta que ganhamos, que foi presente dos companheiros do presídio. Aí sim me lembro que íamos visitar e fazer tipo um piquenique lá dentro, era como uma festa para mim lá.
Durante esse período de prisão da minha mãe nós permanecemos com meus tios. E quando ela saiu da prisão nós fomos morar em Poá, num terreno que um tio meu tinha cedido. Começamos a construir uma casa ali. Minha mãe não conseguia emprego em lugar nenhum e nós tínhamos que tentar sobreviver de algum jeito. Minha avó fazia paçoca, amendoim doce para vendermos. Em São Miguel Paulista, quando a minha mãe ainda estava presa, uma das minhas atribuições foi ser engraxate. A gente tinha uma caixinha de engraxate, que depois de vinte e tantos anos, quando voltei de Cuba o meu primo tinha ela guardada num canto da sala da casa, envernizada. Aquilo me emocionou muito.
Não tínhamos mais condições de morar no Brasil com essa forma de sobrevivência. Assim, companheiros orientaram e falaram para a minha mãe que nos ajudariam a sair do país. Isso foi em 1972. Saímos com destino ao Chile. Todo mundo com nome frio, documento falso. Moramos um ano no Chile no período do
Salvador Allende.
Em março de 1973 fomos para Cuba. Lá foi onde conseguimos ter vida digna, infância feliz. Mesmo com a ausência do pai, nós tivemos todo apoio, todo suporte da Revolução Cubana, a solidariedade de todos os cubanos. Graças à Revolução Cubana hoje somos formados, profissionais. Sou engenheiro mecânico e engenheiro industrial. Tenho pós-graduação em construção de maquinário. Meus irmãos também são formados. Vlademir é engenheiro geólogo, hoje concursado da Petrobrás; Isabel é engenheira geóloga também e Gregório engenheiro civil. Ou seja, o que todo pai faz pelo seu filho, o que é dever de um pai, dar assistência econômica e garantir a educação do filho para se tornar um homem de bem, um homem produtivo, a Revolução Cubana fez com a gente. Fomos literalmente adotados pela Revolução Cubana.
Mesmo lá em Cuba, apesar da colônia de exilados brasileiros, existia a vontade de voltar, de continuar a luta. Começamos a militar na juventude do Partido Comunista cubano. Estudamos, nos prepararmos politicamente para poder continuar a obra daqueles que tinham caído. O nosso sonho era poder fazer isso, poder ver realizada aqui no Brasil o que estávamos vivendo em Cuba. Havia aulas de português, geografia, história. O Takao Amano, e vários outros eram nossos professores naquela época. Tínhamos a parte política e a parte educacional também, aprendíamos português, porque eu praticamente fui alfabetizado em espanhol. Havia grupos culturais, sendo que um dos mais entusiastas era o Pedro Prestes, filho de Luís Carlos Prestes. Também havia um grupo musical e assim éramos introduzidos à cultura brasileira. Era muito forte e isso alimentava todo dia a nossa vontade de voltar. E o retorno aconteceu em novembro de 1993, quando houve um choque cultural enorme. Ainda hoje eu não me acostumo.
Em Cuba, primeiro moramos num hotel durante três anos, sem pagar um centavo. Minha mãe tinha que brigar para trabalhar de voluntária no hotel para poder se sentir útil. Mas não queriam deixar ela fazer nada. Davam escola, habitação, e tudo no hotel era de graça. Nós apenas tínhamos que assinar o que consumíamos. Depois de três anos, o governo cubano nos ofereceu um apartamento com quatro quartos, sala, cozinha, banheiro, totalmente mobiliado com tudo, sem pagar um centavo. Nesse apartamento, moramos durante dezoito anos. Quando falo em choque cultural é porque lá nunca passamos o trinco na porta, os vizinhos não precisavam bater na porta nem anunciar visita, entravam como se fossem da família e o mesmo ocorria na casa deles. Se faltava açúcar numa casa, na outra tinha. Se faltava café numa casa, na outra tinha. Todo mundo se pergunta como a Revolução consegue, como o povo cubano consegue sobreviver nesse bloqueio econômico tão feroz que tem sobre ele. E um país que não tem nada de recursos naturais. Eles conseguem sobreviver e estão felizes e é isso, a solidariedade alimenta. Nós fomos testemunhas disso daí e chegando aqui no Brasil foi um choque enorme, tão grande, que até hoje a gente não se acostuma. Em Cuba, tinha uma rua e uma escola com o nome dele. O mais impressionante era isso, o meu pai lá em Cuba era um herói.
Eu acho que o mais importante agora é dar continuidade nesse processo de resgate da verdade, memória, tomar o exemplo de países como Argentina, Chile e Uruguai que conseguiram colocar no banco dos acusados aqueles que são responsáveis por tantas mortes, tantas torturas. É algo que temos que exigir, é impossível aceitar pessoas que mataram ocupem cargos públicos, sejam exemplos de cidadania, para gerações e gerações. Isso é ultrajante, humilhante e inaceitável. E usando da mentira, da amnésia que a história brasileira tem a respeito desse período.
Outra coisa super importante é chegar ao encontro dos restos mortais dos desaparecidos. Essa luta tem de continuar, não importa quanto tenha de escavar, alguém tem que saber onde estão. Não falo só do meu pai, falo de outros vários que estão desaparecidos até hoje. E eu ficaria feliz se nos livros de história, amanhã, eu visse que estão ensinando para as novas gerações que no período de 1964 até 1979 se matou muito aqui no Brasil.
A partir da aparição do laudo de necrópsia do meu pai em 2004, onde dizia que ele tinha sido encaminhado do IML para o cemitério de Vila Formosa, ficou demonstrado que ele realmente tinha sido encaminhado para lá. No livro de entrada dos corpos na Vila Formosa dessa data há uma página arrancada. Então não se sabe em que quadra ele foi sepultado e isso propositalmente, claro. Um dos funcionários do cemitério Vila Formosa relatou que há uns tempos atrás havia sido feita uma remoção de ossos, quando jogaram ácido para corroer os ossos e impedir a identificação numa das quadras e que provavelmente poderia ter sido a quadra que tinham sido sepultados os “terroristas” da época. E que tinha sido feito um ossário debaixo. Mas lá há uma laje, uma escada e um monte de sacos cheios de ossos, sem identificação nenhuma. Ali é um descaso total, é a coisa mais vergonhosa que pode existir.
O pessoal acha que está lidando com sei lá o quê, com qualquer objeto, menos com restos mortais E o local é impressionante, porque lembra até aqueles ossários da Segunda Guerra Mundial, dos campos de concentração nazista de tão desorganizados que era aquele negócio, tão assombroso… Aquilo me chocou muito, como pode ser que ainda exista hoje em dia um negócio desses? Então, para mim foi complicado.
Gomes da Silva e Ilda Martins da Silva. Formado em Engenharia Mecânica e Industrial trabalha numa Empresa metalúrgica em Indaiatuba, interior de São Paulo.
Era metalúrgico e casado com Ilda Gomes da Silva, com quem teve quatro filhos. De uma família pequena e humilde, Virgílio e seus parentes vagaram por várias partes do país depois de deixarem o Rio Grande do Norte. No Pará, a família trabalhou em um grande seringal da companhia estadunidense Ford, em Fordlândia. Em 1945, Virgílio voltou ao seu estado natal com a mãe e dois irmãos. A mãe passou a viver da agricultura de subsistência em um pedaço de terra em Sítio Novo. Em 1951, sem perspectivas, Virgílio seguiu para São Paulo. Na capital paulista, trabalhou como garçom balconista, mensageiro e guarda. Comprou um bar com as economias trazidas pela mãe, quando ela veio morar em São Paulo. Sua mãe não se adaptou ao clima da cidade e retornou ao Nordeste, em 1957. Virgílio vendeu o bar e foi morar no bairro de São Miguel Paulista com os irmãos, tornando-se operário da Nitroquímica.
Ainda em 1957, ingressou no PCB e passou a integrar o Sindicato dos Químicos e Farmacêuticos de São Paulo, exercendo liderança também entre os trabalhadores da Lutfalla. Em 1963, comandou uma greve de três mil operários da Nitroquímica, durante a luta pela conquista do 13° salário. Ao buscarem apoio dos empregados da Lutfalla, forçaram a entrada, quando o dirigente da empresa atirou em um operário e em Virgílio, ferindo-o gravemente. Assim mesmo, os operários conseguiram entrar na fábrica e paralisar as máquinas. Depois disso, Virgílio foi transferido para a sede do sindicato, de onde só saiu após o golpe de 1964. Nessa época, foi preso por quinze dias. Seis meses após sua prisão, percebeu que estava sendo seguido e fugiu para o Uruguai. Lá permaneceu por pouco tempo, pois, preocupado com sua atividade política no Brasil e com seus familiares, retornou ao país. Em 1967, seguindo a orientação de Carlos Marighella, integrou a Dissidência do PCB. Entre outubro de 1967 e julho de 1968 fez treinamento de guerrilha em Cuba como integrante da Ação Libertadora Nacional (ALN).
No início de setembro de 1969, comandou a ação do sequestro do embaixador norte-americano no Brasil, Charles Burke Elbrick, obtendo a libertação de quinze prisioneiros políticos brasileiros. Foi preso em 29 de setembro de 1969, na Avenida Duque de Caxias, em São Paulo, por agentes da Operação Bandeirante (OBAN) em setembro de 1970. Virgílio chegou à sede da OBAN encapuzado, vindo a morrer 12 horas depois.
Foi no movimento sindical que ela e Virgílio se conheceram. Casados, tiveram quatro filhos.
Em 29 de setembro de 1969, Virgílio foi preso, Ilda foi sequestrada em São Sebastião, no litoral de São Paulo, junto três de seus quatro filhos: Vlademir, Virgílio e Maria Isabel, um bebê de quatro meses. Gregório, então com dois anos, não foi levado por não estar em casa. Ilda permaneceu presa por nove meses, ficando incomunicável sem qualquer notícia dos filhos por quatro meses. Na Operação Bandeirante, foi torturada. Depois, foi transferida para o DOPS e, por último, esteve no Presídio Tiradentes. As crianças foram enviadas ao Juizado de Menores e ameaçadas por agentes da ditadura de serem entregues para adoção.
Perseguida após sair do Presídio Tiradentes, seguiu um ano depois para o exílio, inicialmente no Chile, por um ano, e depois em Cuba, de onde retornou após a formatura dos quatro filhos, em Havana. Desde então, Ilda e seus filhos seguem lutando por memória, verdade e justiça. Hoje, vive em São Paulo (SP).