- “Los niños nacen para ser felices” Quero agradecer a todos os que me encorajaram a escrever minha história, ou melhor, nossa história. Muito do que contarei aqui talvez não fosse necessário para uma narrativa formal do que se passou. Só os documentos públicos seriam suficientes para mostrar as atrocidades que nós passamos, provando que até as crianças perderam sua cidadania durante […]
- “Fomos levados ao DOPS. Até hojé é doloroso” Meu nome é Luis Carlos Max. Sou um dos quatro netos da Tia Tercina [Dias de Oliveira]. Somos eu, minha irmã Zuleide, tem o Ernesto, e meu irmão de criação, que é o mais velho, o Samuel. Nós fomos criados com minha avó desde cedo. Depois que minha mãe adoeceu, nós fomos viver com a […]
- “Você já foi presa? O tio já foi preso? A bisa já foi presa?” Quero contar um pouco a história do Samuel. Ele era do Rio de Janeiro, foi criado pela mãe, tinha irmãs mais velhas. A mãe saía para trabalhar, as irmãs também. Ele ficava sozinho, brincando pelo cemitério do bairro onde morava. Ficava na rua. Minha avó, que sempre criou várias crianças, foi passar um tempo lá […]
- “Até hoje sou uma pessoa completamente sem identidade” Eu sou a Zuleide, uma das miniterroristas, que é a maneira como fomos taxados [pela ditadura]. Nascemos em Osasco, somos filhos de Sebastião Rivom do Nascimento, que é filho da tia Tercina e irmão do Manuel Dias do Nascimento. Minha mãe chamava Maria do Perpétuo Socorro do Nascimento, mas nós fomos criados pela vó, Tercina […]