- “Os filhos sofrem, mas temos que dar continuidade à vida” Após o golpe de 31 de março, eu tive que ir para a clandestinidade. No dia do golpe, fiz um discurso na rádio para a minha área ferroviária. Se eu demorasse um pouco mais para ir embora, teria sido preso, porque os militares tomaram a rádio também. E eu cheguei a ser denunciado como espião […]
- Anos setenta Mãos firmes a revistavam…tinha apenas 9 anos. Pode abaixar as calças? Afasta as pernas! Muito bem! Levante os braços, abra a boca, cabelos…(tudo numa agilidade troglodita e sem pausa). Pode vestir… a saída é por ali… Por ali era um portão verde de ferro que dava para outro portão de grade, que dava para um […]
- Amor silenciado Na primeira vez que tivemos que fugir do Rio de Janeiro para São Paulo, eu tinha só 2 anos. Meu pai estava sempre viajando, e quando ele retornava, sempre tinha uma bonequinha, uma coisa assim. E da primeira vez, quando ele foi preso em 1970 eu vi que ele demorava a voltar, e eu sentia […]
- Adolescência perdida Tudo começou em Jundiaí (SP). Nós nascemos lá, meu pai era ferroviário, minha mãe, doméstica. Fomos crianças normais, brincamos na rua, em campos de malha. Enquanto isso, meu pai iniciava nas causas sindicais e socialistas. Fomos crianças que curtimos a mudança para o Rio de Janeiro e continuamos a brincar na rua e passear em […]
- O novo arrimo de família Eu sou o mais velho dos irmãos, portanto o que não sofreu o que eles sofreram. Eu fui mais cobrador do meu pai, tinha 15 anos em 1964. Depois do golpe, fomos distribuídos na casa de estranhos, depois parentes ficaram com cada um dos irmãos, até que meu avô nos reuniu numa casa de aluguel. […]